O poder da relação com os fãs da marca como combustível para a inovação em produtos
por Mario Sousa
Há uma imagem que guardo com carinho dos tempos pré-quarentena, e que, em breve, tenho certeza que voltaremos a ver com frequência: um show num estádio lotado, naquele momento em que o artista pede que seus fãs acionem a lanterna do smartphone e apontem para o palco. A dança daqueles milhares de pontos de luz, normalmente acompanhando algum hit do momento, é para mim uma das melhores representações visuais de como os smartphones se popularizaram e passaram a ser itens indispensáveis nas nossas vidas. Do simples acender da lanterna, ao uso de softwares que nos permitem trabalhar remotamente, os smartphones tornaram-se poderosas ferramentas para comunicação, produtividade e entretenimento. E, assim como os artistas, passaram a atrair uma legião de fãs, que se identificam com as marcas e enxergam nos smartphones e seus recursos um atalho para a própria expressão de suas vontades e sentimentos.
Mais do que explorar as alternativas de marketing em torno de uma base já conhecida e convertida, aproveitar essa relação entre o fã e o smartphone tornou-se um combustível para a inovação de produtos ao longo dos anos. Afinal, nada melhor do que ouvir quem naturalmente é um usuário mais ativo e conhece mais a fundo as fortalezas e necessidades de produto. Não estou falando apenas de pesquisas de satisfação, comunidades das próprias marcas, ou mesmo do monitoramento do que as comunidades de fãs estão falando nas redes sociais. Tecnologias mais recentes, com uma nova geração de sensores, softwares e o uso de inteligência artificial, permitem às empresas entenderem cada vez mais os hábitos digitais desses fãs sem que exista necessariamente uma interação direta. É possível analisar quais são os recursos mais utilizados e como eles podem ser melhores e mais eficientes. Isso tudo, importante reforçar, de forma anonimizada, garantindo a privacidade do usuário.
Juntar esses feedbacks subjetivos e objetivos obtidos a partir desta troca com os fãs da marca é a base que a Samsung está utilizando para a criação das linhas de produtos FE. Sigla para Fan Edition (Edição dos Fãs, em inglês), os FEs nasceram em 2020 com um smartphone da linha Galaxy S, o Galaxy S20 FE, e hoje estão também presentes entre os tablets. A lógica é mais ou menos a mesma: lançamos nossos flagships, como chamamos aqueles produtos que reúnem o melhor em performance, design e usabilidade. Ao longo dos meses, avaliamos com nossa base de fãs quais são os recursos mais desejados para, ao fim deste processo, lançar uma versão FE. O objetivo é ter a melhor experiência do público que já conhece a marca, adicionando o custo-benefício que ajuda a ampliar o target para o produto.
No início de janeiro, a Samsung apresentou seu mais recente representante da estratégia de inovar em produtos a partir desse contato mais próximo aos fãs. O Galaxy S21 FE 5G é um produto pensado especialmente na Geração Z, público formado pelos nascidos a partir do fim da década de 1990. Os “elementos subjetivos” desse grupo cada vez mais relevantes de consumidores são bastante conhecidos: os “Gen Zs” são mais presentes nas redes sociais (e priorizam sobretudo as mais recentes, como TikTok e Twitch). São fãs que têm uma relação bem diferente com o ato de se expressar publicamente e até mesmo com a forma de lidar com a privacidade se compararmos a gerações anteriores. Usam o smartphone como extensão não só do corpo, mas como uma ferramenta fundamental para expressar suas emoções.
A esses aspectos mais comportamentais, unimos aqueles mais técnicos e objetivos, obtidos a partir da tecnologia. Uma geração que adora se expressar em redes sociais naturalmente tem o hábito de tirar mais selfies. Por isso, contrariando a lógica dos smartphones flagships, que trazem as melhores câmeras na traseira, o Galaxy S21 FE 5G tem uma câmera frontal mais potente. Parece um detalhe, mas é aquele detalhe que faz uma grande diferença no dia a dia de quem busca pela melhor imagem ou vídeo de si próprio. Também são usuários que dependem de uma conexão rápida e consistente para compartilhar conteúdo, o que torna indispensável ser compatível com as redes 5G.
É um público que nasceu na era digital e tem nos games outra prática diária. Isso nos fez priorizar na versão FE aspectos como uma tela premium, capaz de exibir as imagens com riqueza de detalhes, além de um processador com capacidade para rodar diversas tarefas ao mesmo tempo. Por fim, há outro elemento fundamental que é o design, que traz um acabamento unificado e elegante com as cores mais pedidas pelos fãs, com destaque para o verde e o violeta.
Ao longo dos últimos 30 anos, o mercado de celulares e smartphones mostrou-se um oceano de oportunidades a ser explorado. Por outro lado, a história mostra que, para manter-se na liderança, as empresas precisam necessariamente seguir inovando e ouvindo os anseios de seus consumidores. É essa a estratégia que temos seguido para manter a liderança no segmento de smartphones: inovamos consistentemente em nossos produtos, atraímos consumidores, ouvimos seus anseios e os transformamos em fãs. Nada mais justo do que criar uma linha de smartphones chamada de “Edição dos Fãs”.
Diretor Sênior de Marketing e Produto da Samsung Brasil
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